Deputado gaúcho perdeu posição após concordar com troca de cassação por suspensãoDeputado gaúcho perdeu posição após concordar com troca de cassação por suspensão

PL retira Bibo Nunes da vice-liderança; Nikolas critica apoio a Glauber

2025/12/12 02:46

A Câmara dos Deputados aprovou, na 4ª feira (10.dez.2025), a suspensão de 6 meses do mandato de Glauber Braga (Psol-RJ) ao aceitar uma emenda que trocou a cassação pela suspensão. A decisão causou reação na direita e levou o PL (Partido Liberal) a retirar o vice-líder Bibo Nunes (RS) do cargo depois de ele votar a favor da proposta.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou integrantes da direita que apoiaram a emenda. No X, escreveu que ver “gente de direita com pena de comunista” seria “o ápice da ignorância da guerra política”.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse no plenário que Bibo deixou de ser vice-líder por contrariar a orientação do partido. Afirmou ainda que não haveria destituição caso ele tivesse comunicado sua posição antes da votação.

“Portanto, como líder, a partir de hoje, ele não é mais meu vice-líder, porque um vice-líder deve lealdade ao seu líder. Se ele tivesse combinado comigo antes, não haveria a destituição. Ele tem total liberdade, no seu mandato, de fazer o que quiser, mas não vai desqualificar a liderança enquanto tivermos líder. A nossa orientação continua ‘não’”, declarou Sóstenes.

Bibo disse ter apoiado a emenda porque, se ela fosse rejeitada, o plenário voltaria ao relatório que também não alcançaria 257 votos, o que, segundo ele, poderia deixar Glauber sem punição. Nunes afirmou que tomou a decisão para “garantir ao menos a suspensão”.

Cassação de Glauber

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta 4ª (10.dez) a suspensão de 6 meses do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) por quebra de decoro parlamentar–em abril de 2024, Glauber agrediu e expulsou da Câmara um integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). O placar foi de 318 votos a favor e 141 contra.

Inicialmente, haveria votação da cassação do mandato do deputado. O Psol, porém, apresentou um destaque de preferência para que, antes disso, fosse analisada a possibilidade de suspensão do mandato por 6 meses. O partido negociou com legendas do Centrão com o objetivo de viabilizar a suspensão em vez da cassação.

PROTESTO E EMPURRA-EMPURRA

Na 3ª feira (9.dez), Glauber criticou a decisão da Câmara de pautar a votação de sua cassação para o dia seguinte. Ele se sentou na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para demonstrar insatisfação com a decisão do paraibano. Disse que ficaria no local até o “limite” das suas forças.

Enquanto Braga ocupava a Mesa Diretora, a transmissão ao vivo da TV Câmara foi interrompida. Os jornalistas foram impedidos pela Polícia Legislativa de entrar no plenário. A maioria estava aglomerada na porta, pedindo para ter acesso. Foi neste momento que teve início uma 2ª confusão.

Pouco antes de o deputado ser escoltado pela Polícia Legislativa para fora do plenário, a mando de Motta, os jornalistas foram avisados que teriam que “recuar”. Na sequência, um dos policiais deu a ordem: “Vamos tirar todo mundo”. Começou então o empurra-empurra. 

Assista ao momento em que Glauber Braga é retirado da Mesa Diretora (4min29s): 

Imagens gravadas pelos profissionais dos veículos de mídia mostram a Polícia Legislativa abrindo caminho à força entre jornalistas e outras pessoas que estavam no local. É possível ouvir gritos de “vamos abrir”, “Polícia Legislativa libera”, “calma” e “parou”.

Eis uma linha do tempo (minuto a minuto) da confusão:

  • 17h50 – jornalistas são retirados do plenário e sinal da TV Câmara é cortado; 17h55 – jornalistas questionam a assessoria da Câmara;
  • 17h59 – assessoria da Câmara autoriza a volta dos jornalistas, mas Depol não libera;
  • 18h20 – Glauber Braga é retirado à força do plenário;
  • 18h23 – Depol pede que imprensa libere o caminho na frente do plenário para o deputado sair;
  • 18h24 – Polícia Legislativa abre caminho à força e começa a confusão.

Assista (20min47s):

Motta afirmou que o protesto de Glauber foi um desrespeito à Câmara e ao Poder Legislativo. Sugeriu que o deputado psolista é um “extremista”.

OCUPAÇÃO DA MESA POR DEPUTADOS    

Glauber Braga criticou a diferença de tratamento que recebeu ao comparar o episódio em que, em agosto, deputados como Van Hattem (Novo) e Zé Trovão (PL) ocuparam a Mesa Diretora da Câmara. Ele afirmou que, em vez de terem sido tirados à força como ele, os deputados de oposição saíram sem nenhuma represália após diálogo com o presidente da Câmara.

“A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que deve com aqueles que sequestraram com aqueles que sequestraram a mesma diretora da Câmara por 48 horas por dois dias”, disse Glauber.

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