A rede esvaziou? Bitcoin fecha o ano com a menor atividade on-chain desde 2024

• Endereços ativos caem para 660 mil, menor nível em 12 meses.
• Receita diária dos mineradores recua de US$ 50 milhões para US$ 40 milhões.
• Transações de Runes geram alto volume, mas apenas 5% a 10% das taxas.

O Bitcoin encerra 2025 com sinais claros de desaceleração na atividade on-chain.

O número de endereços ativos caiu ao menor patamar em um ano, levantando dúvidas sobre a real demanda por espaço em bloco.

Atividade na rede volta aos níveis pré-especulação

A média móvel de sete dias dos endereços ativos recuou para 660 mil. Esse é o nível mais baixo desde dezembro de 2024. Naquele período, a rede vivia um pico impulsionado por Ordinals e Runes.

Ordinals permitem inscrever dados diretamente em satoshis. Já Runes viabilizam a emissão de tokens fungíveis no Bitcoin. Entretanto, o interesse especulativo diminuiu ao longo de 2025.

Além disso, a queda não se limita a um único indicador. Outros dados de uso da rede também mostram enfraquecimento consistente. Por isso, o movimento vai além de uma simples sazonalidade.

Receita dos mineradores sente o impacto da baixa demanda

A redução da atividade pressiona diretamente a economia da mineração. A receita diária média caiu de US$ 50 milhões no terceiro trimestre para cerca de US$ 40 milhões no fim do ano. Atualmente, quase toda essa receita vem do subsídio de bloco.

As taxas de transação seguem baixas. Isso evidencia uma demanda limitada por blockspace pago.

Entretanto, surge uma dinâmica incomum. As transações de Runes representam grande parte do volume total. Ainda assim, respondem por apenas 5% a 10% das taxas arrecadadas.

Isso ocorre porque essas transações usam taxas muito baixas. Como o blockspace está barato, os mineradores ainda as incluem nos blocos. Portanto, o volume cresce, mas o valor capturado não acompanha.

Volume alto, valor baixo: um desequilíbrio estrutural

Quando quase metade das transações gera taxas mínimas, o modelo econômico do Bitcoin entra em debate. O problema tende a crescer após cada halving.

Com a redução progressiva do subsídio, a sustentabilidade da mineração dependerá das taxas. Porém, isso exige usuários dispostos a pagar por escassez real de blockspace.

Desafio estrutural à frente

Portanto, o atual desequilíbrio entre uso e valor cria um sinal de alerta. A rede segue segura, mas o incentivo econômico futuro precisa se fortalecer.

No curto prazo, o cenário não indica risco operacional. Entretanto, no longo prazo, a demanda por blockspace pago será crucial para manter o alinhamento de incentivos do Bitcoin.

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