O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, voltou ao patamar negativo nesta terça-feira (16) e encerrou o pregão em forte queda de 2,40%, aos 158.577 pontos, após tocar a mínima do dia. O movimento foi puxado pela pesquisa Genial/Quaest sobre a eleição presidencial de 2026, que apontou ampla vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre possíveis adversários.
Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos explicou em entrevista ao Broadcast que a percepção de continuidade do atual governo reduz a expectativa de um ajuste fiscal mais robusto a partir de 2027, pressionando o mercado.
Além do fator político, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também pesou sobre os negócios. O documento adotou um tom conservador ao reconhecer sinais de acomodação da inflação, mas reforçou a permanência de riscos relevantes.
Em destaque no Ibovespa, o setor financeiro liderou as perdas, com as ações do BTG Pactual (Unit) em queda de 5,22% e Santander (Unit) em baixa de 3,58%, além de Itaú (PN) com perda de 2,58% e Bradesco (ON) desvalorizando 2,78%.
A Petrobras também puxou o índice para baixo, com queda de 2,74% (ON) e de 3,03% (PN), acompanhando o recuo de quase 3% nos preços do petróleo no mercado internacional. A Vale, por outro lado, ajudou a conter perdas maiores e avançou 0,38%.
Entre as maiores altas do dia, Brava liderou o ranking em alta de 2,47%, enquanto a Smart Fit registrou a maior perda, com recuo de 6,56%.
No câmbio, o dólar fechou em alta de 0,76% ante o real, cotado a R$ 5,46, com o aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior, somado à pesquisa de intenção de voto, que exerceu pressão adicional sobre o real.
No cenário internacional, em dia de agenda esvaziada, destaque para o discurso de Christopher Waller, em um evento sobre as perspectivas econômicas e, embora ainda não figure entre os favoritos para comandar o Fed, será entrevistado hoje por Donald Trump.
Além de Waller, outros dois dirigentes do banco central norte-americano, John Williams e Raphael Bostic, se manifestam ao longo do dia.
No Brasil, a pesquisa Quaest dominou as reações do mercado nesta terça-feira, ofuscando a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que não trouxe sinalização de corte da Selic em janeiro, e o payroll nos Estados Unidos, que não alterou a expectativa de pausa no ciclo de redução de juros pelo Fed.
No campo político, o cenário eleitoral ganhou complexidade. Flávio Bolsonaro apareceu como o nome mais competitivo da direita, o que, na leitura do mercado, pode levar Tarcísio de Freitas a permanecer fora da disputa presidencial. Esse arranjo ampliaria as chances de reeleição do presidente Lula, pressionando os ativos domésticos.
Após longa obstrução da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem um projeto que prevê o corte linear de 10% nos benefícios tributários, com potencial de arrecadar R$ 17,5 bilhões. O valor inclui mudanças no lucro presumido, que passará a ter adicional de 10% sobre a receita acima de R$ 5 milhões ao ano.
O texto, relatado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro, também eleva o IR sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 17,5% e aumenta, de forma escalonada até 2028, as alíquotas para bets e fintechs.
Seu dinheiro pode render mais! Receba um plano de investimentos gratuito, criado sob medida para você. [Acesse agora!]As Bolsas da Europa operam em alta, puxadas pelo setor financeiro após dados locais reforçarem a expectativa de corte de juros pelo BoE nesta quinta-feira (18).
No mesmo dia, o mercado também aguarda decisões de política monetária do BCE, que deve manter os juros em 2% ao ano, e do Banco do Japão (BoJ).
Na Ásia, os índices revertem perdas da véspera e fecham em alta com ajuda de ações de tecnologia. Destaque para a estreia da MetaX Circuits em Shanghai , com valorização de 755% intradia e demanda recorde de IPO, segundo o Tradingview.
O índice Xangai avançou 1,19% e o Shenzhen subiu 2,40%. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,84%, apesar da forte queda da Guoxia Technology, que recuou mais de 9%. Já em Tóquio, à espera da decisão de juros do Banco do Japão, o Nikkei encerrou o pregão em alta de 0,43%.
Em Nova York, os índices futuros registram leve alta nesta quarta-feira (17), após a divulgação do relatório de emprego (payroll) na véspera não fortalecer as apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed)
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,3%
• FTSE 100 +1,7%
• CAC 40 estável
• Nikkei 225 +0,3%
• Hang Seng +0,9%
• Shanghai SE Comp. +1,2%
• MSCI World estável
• MSCI EM +0,7%
• Bitcoin -1,2% a US$ 86.668,69
Nos EUA, ontem os dados do mercado de trabalho dos EUA voltaram ao radar. O payroll mostrou perda líquida de 105 mil vagas em outubro e criação de 64 mil postos em novembro.
Para o BTG Pactual, a leitura de dezembro será decisiva para uma avaliação mais consistente, já que os números recentes foram afetados por volatilidade acima do normal após atrasos na coleta de dados durante o shutdown.
No Reino Unido, a inflação surpreendeu ao desacelerar para 3,2% em novembro, ante 3,6% em outubro, reforçando a expectativa de corte de juros pelo Banco da Inglaterra nesta semana. Já na Zona do Euro, o índice de preços ao consumidor subiu 2,1% na comparação anual.
No Japão, as exportações cresceram pelo terceiro mês consecutivo em novembro, com alta de 6,1% na base anual, acima dos 3,6% registrados em outubro, fortalecendo as apostas em elevação dos juros pelo Banco do Japão.
No Brasil, além da aprovação do projeto de lei complementar que reduz em 10% os benefícios fiscais em vigor e eleva a tributação sobre Juros sobre o Capital Próprio (JCP), a Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto que regulamenta a reforma tributária, com a análise dos destaques e a aprovação da redação final. A proposta segue agora para sanção presidencial.
A principal alteração no texto foi a retirada do teto de 2% para a cobrança do Imposto Seletivo (IS) sobre bebidas açucaradas, como refrigerantes.
Na agenda política, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reúne à tarde com sete deputados federais, entre 15h e 16h, para tratar de temas institucionais, na sede da autoridade monetária.
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